quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sobre a Vivência Cristã plena.



Por Arthur Barros


“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. (Ef 2:10)


A compreensão que temos do mundo que nos rodeia é fruto daquilo que somos e também alimenta esse alguém que dia após dia nos tornamos. Este é um mecanismo após ser estabelecido passa a ser autônomo, ganha vida própria em nós, e somente nós mesmos podemos freá-lo. Podemos ver que Jesus partilhou esse entendimento aos seus seguidores: “A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. (Lc 11:34)".


A partir de então há uma necessidade de que a forma como vemos o mundo, seja aquela que esteja de acordo com o SER de Deus. Todos nós clamamos por seu reino, dizemo-nos seus filhos, servos, imitadores, mas isso implica que nós precisamos aprender a ver o mundo como ele vê, dessa forma, todo nosso proceder poderá ser condizente com os ensinamentos de nosso mestre, e teremos seu ser resplandecendo em nós.


A importância dessa compreensão é enorme, pois, implica que temos a responsabilidade de transformamos nossas mentes dia após dia, torna-las semelhantes à do metre, e se não o fizermos, nossas atitudes passaram a reproduzir essa ausência de Deus e de sua natureza em nossas vidas; a ausência dos frutos do espírito; assim não haverá o caráter de Deus sendo moldado em nós.


O mundo ouve falar do Reino de Deus e só o conhece de ouvir falar, ou até mesmo não o conhece; mas através dos servos esse reino não é apenas palavras, mas atos, que dará a conhecer o reino de Deus como ele é. A Bíblia é bastante clara no que diz respeito ao reino de Deus. O reino de Deus implica na submissão daqueles que nele estão à suas verdades, devendo assim espelhar suas verdades, os mandamentos de Deus, que agora sob a dispensação da graça tem nas palavras de Jesus a lei e sua ordenança. Lembremo-nos de algumas palavras de Jesus:


Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. (Mt 22:34-40)


Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (Jo 13:35)


Para o cumprimento desse modelo será necessário que o seguidor de Cristo lute contra sua materialidade (carnalidade), todos seus desejos que tentam dominar sua forma de agir, sua percepção e conduzi-las voltando-se exclusivamente para este plano de existência, para a vida neste plano (assentado nas regiões celestiais como dirá Paulo), indiferente a qualquer desígnio divino, contra isso é que se emprega força: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele. (Lc 16:16)”. Entretanto, homens que não compreendem a dimensão do sofrimento no evangelho pensam que as consequências de seus atos arbitrários, insensatos ou radicais, são o sofrimento do evangelho, quando não é!


Pensando em fazer valer a dimensão sacrificial do evangelho ou até mesmo serem vistos com alguma “elevação espiritual” muitos tem procurado limitar a liberdade em Cristo, pensando que de alguma forma o sofrimento conduza à algum tipo de pureza, em ambos os casos há um grande equívoco, pois em relação ao primeiro caso, deve-se ter em mente que é o sangue de Cristo que nos purifica e sofrimento algum, por maior que fosse me faria melhor diante de Deus, bem como não existem elevados espiritualmente diante dele, todos são seus filhos, irmãos entre sí “O maior dentre vós será vosso servo. (Mt 23:11)


Também é necessário compreender que o reino de Deus não está no mundo para fazer valer os desejos e aspirações destes, Deus não enviou seu filho ao mundo para satisfazer a concupiscência daqueles que ainda estão apegados à sua materialidade terrenal, mas para nesse sentido, nos tornar indiferentes a este mundo suas aflições e paixões.


Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mt 6:25-27;33)



O reino de Deus implica também em passar a cultivar valores imateriais estabelecidos por Deus como prioridade e ao vivê-los, sabem e sentem que eles são a prioridade por isso o fazem. Somente assim suas almas poderão descansar em meio aos vendavais, confiando verdadeiramente no cuidado de Deus e sabendo que as adversidades fazem parte da vida de qualquer pessoa, e que a alegria de Deus é mais que as circunstâncias que o cerca regozijados pelo espírito santo, com Paz no seu coração, e observando a JUSTIÇA DE DEUS.


Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Rm 14:17)


O reino de Deus deve ser vivido por nós com seriedade e sinceridade de coração, precisamos estar dispostos à levarmos sua veracidade até as últimas consequências que possa haver para nós. O evangelho não deve ser vivido nem como um rito, feito sem refletir, mas deve ser uma forma de ver o mundo, algo parecido com o sentido da expressão “filosofia de vida”, pois, falar dele não é vivê-lo, e vivê-lo somente não é o suficiente. Que antes de agirmos como o evangelho nos manda, que antes de dizer o que ele diz, permitamo-nos ser aquilo para que Deus nos criou para que fôssemos. Que não nos contentemos em ser superficialmente cristãos, vivendo o evangelho apenas até onde ele nos favorece mas totalmente.


“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. (Ef 2:10)


Que a graça e a paz do senhor Jesus Cristo nos sejam multiplicadas.

Arthur Barros.

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